domingo, 13 de março de 2011


Carnaval de 2011em JF: a festa que todo mundo foi

Em 2011 o carnaval foi diferente. O carnaval foi da gente. Da família.
Sem dúvida quem participou da folia durante os 15 dias pode notar a diferença em relação aos anos anteriores. Não elogio apenas o setor público, mas às famílias que ajudaram a fazer do carnaval uma festa memorável e com menos violência. Sim, essa foi a folia das FAMÍLIAS. Digo família em referência ao comportamento dos foliões. Sei que é claro, sempre há brigas durante o carnaval, mas creio que em 2011 foram em menor escala. O que importou para quem aproveitou foi a diversão.
O site “Folia JF” acompanhou os festejos do “Corredor da Folia”. Que iniciativa... Aproveito para parabenizar a todos da Funalfa, e principalmente ao superintendente Toninho Dutra. Juiz de Fora conseguiu atrair aqueles que desdenhavam a folia da cidade. O corredor alternativo começou com um concurso de marchinhas, Prêmio Nancy De Carvalho que foi um sucesso. Os artistas daqui puderam mostrar que apóiam as manifestações culturais quando é proposto algo inovador. Só o local das apresentações que não foi propicio para uma maior participação popular dos foliões.
O que dizer do Cordão da Bola Preta, da batalha de confetes, dos shows de Bangalafumenga, Arlindo Cruz, Monobloco e artistas locais? Quanto público. O resgate do nosso carnaval esta aí. Atrair quem não vai aos desfiles das escolas de samba, sem precisar acabar com o que já é tradicional e também tem adeptos.
Na semana do “Cortejo do Calçadão” a forte chuva impediu algumas coberturas do site “Folia JF”, mas levamos a informação independente da adversidade. “Domésticas de Luxo”, “Bloco do Batom”, “Bloco da Imprensa”, “Recordar é Viver”, “Bloco Pagodão”, “Pintinho de Ouro”, “Bloco do Beco” e “Banda Daki” que mesmo debaixo de chuva levou 8mil foliões para o desfile, são blocos que a cada ano engrandecem nosso carnaval.
E os desfiles das escolas de samba? Devem continuar a existir.
Ainda mais depois do desfile de 2011. Responsável por um nível superior aos dos últimos anos. Quanto luxo, quanta beleza. Parece que as agremiações resolveram gostar mais de fazer carnaval, como antigamente... É tão bom ver as escolas mostrando o suor do trabalho realizado. A chuva não atrapalhou quem foi assistir. E na verdade o local onde é realizado os desfiles também é adequado. Aproveito o comentário do compositor Amilton Damião: “Se em Juiz de Fora tiver um sambódromo, independente do local, quem gosta de carnaval vai assistir aos desfiles”. Mesmo sem sambódromo e com chuva, quem gosta da folia juizforana acompanha e é fiel.
Isso pode ser notado nos desfiles desse ano. No domingo, dia de apresentações do grupo A, a chuva atrapalhou apenas o desfile das escolas mirins, que na terça-feira tiveram que pisar na avenida com as mesmas condições climáticas.
O encantado grupo A
A Mocidade Alegre entrou na passarela do samba as 21h06min, sem atrasar as outras agremiações, contando a história das máscaras. O carro abre-alas veio com efeito sonoro de leão. Último carro representou a apoteose e saltou confetes metálicos na passarela do samba. A Mocidade desfilou com harmonia e evoluiu bem em toda passarela. Foi merecedora do campeonato por trazer para o carnaval da cidade luxo e fantasias bem acabadas.
Em seguida a Partido do Alto veio falando de carnaval em seu enredo. Fantasias também bem trabalhadas e samba com toque de cavaquinho fazendo referência ao fundo musical de circos.
Apesar das apostas a Mocidade Independente do Progresso não conseguiu colocar na avenida um grande desfile. Os carros vieram por algum motivo, sem resplendores, e com problemas provavelmente causados pela chuva. Entretanto a agremiação merece aplausos ao se tratar de inclusão social. Uma das alas trouxe uma cadeirante que participou de todo desfile.
Às 01h02min a Unidos do Ladeira pisou na passarela com carros e fantasias luxuosas fazendo homenagem as mulheres. O enredo “Simplesmente Maria” trouxe carros com efeitos e fantasias coerentes à proposta. A bateria veio forte. Mas o samba enredo não agradou o jurado que descontou pontos importantíssimos da agremiação.
Comissão de frente com patinadoras, samba no pé, fantasias bonitas, carros bem trabalhados, vibração do público com o enredo sobre irreverência, samba enredo fácil. Porque a Juventude Imperial foi rebaixada para o grupo B?
A Real Grandeza fechou a noite de domingo contando a história da dança. Carros e fantasias também seguiram o luxo das outras escolas. Mas a agremiação conseguiu apenas a quarta colocação.
Resumindo a primeira noite de desfiles foi marcada pelo luxo e grandes apresentações. O carnaval de Juiz de Fora ganhou muito com o avanço das escolas do grupo de elite.

Parte 2

Grupo B também é nota A
 As 20h08min iniciou o desfile do grupo C com a volta da tradicional Turunas do Riachuelo, primeira de Juiz de Fora. A agremiação com o enredo “Alegria” teve problemas com adereços de alegorias. O último carro veio com escultura em homenagem ao sambista Nelson Silva, criador do Batuque Afro Brasileiro e um dos compositores da escola.
A segunda agremiação foi a caçula Acadêmicos do Porto Ceciliano. Alguns problemas dificultaram a escola, que desfilou com apenas uma baiana e trinta componentes na bateria. Sem mestre sala e porta bandeira, e falta de adereços na comissão de frente tiraram pontos valiosos, sem contar o atraso de 10 minutos.
A Acadêmicos do Manoel Honório abusou de fantasias coerentes ao enredo “Cana pra que te quero”. Mesmo sem verba da Funalfa a escola do grupo C levou para a passarela muito luxo, o que garantiu o campeonato.
A Rivais da Primavera foi a última a desfilar pelo grupo C e a segunda colocada. O carnavalesco Carlos Alberto Rachid conseguiu colocar na avenida um desfile maravilhoso com samba enredo de fácil assimilação do público.
Dando prosseguimento a noite de segunda-feira a Unidos das Vilas do Retiro abriu os desfiles do grupo B. A agremiação foi brilhante. Recém chegada no grupo, a Vilas do Retiro levou para avenida o enredo “Arte negra na legendaria terras dos orixás”. Fez bonito com carros grandes e bem trabalhados, a comissão de frente deu um espetáculo à parte, encenando uma sessão em terreiro de candomblé. Também merecia o campeonato.
A Feliz Lembrança, tradicional escola da cidade foi campeã do grupo B, com o enredo em homenagem a Elke Maravilha. A agremiação do Barbosa Lage apresentou um belo desfile, como não se via a muito tempo.
Em seguida a Vale do Paraibuna reeditou o enredo de 1978 da Castelo de Ouro, mas não conseguiu uma boa colocação, sendo rebaixada para o grupo C. Nem o samba conhecido por muitos foliões, assegurou a continuidade da escola no segundo grupo.
A penúltima agremiação da noite veio forte. A União das Cores homenageou em seu enredo o sambista juizforano Régis da Vila, com uma boa apresentação. Carros e fantasias que poderiam dar trabalho para as concorrentes, mas os jurados não acharam o mesmo. A escola do bairro Milho Branco ficou em quarto lugar.
Viva a comunidade de Bela Aurora! A Águia de Ouro reeditou o enredo de 2006 em homenagem a Chiquinha Gonzaga, e foi vice campeã do grupo. Desfilou com harmonia e teve boa evolução se comparar com os anos anteriores. Mereceu. Ainda mais pelo esforço da comunidade e do presidente lutador, Sr. Waldelicio Cordeiro. A agremiação fechou os desfiles oficiais com chave de ouro.
As campeãs, as melhores
O último dia de desfiles começou com a apresentação das escolas de samba mirins. A Semente de Bambas foi a primeira a pisar na avenida, depois desfilaram os grupos de afoxés Niza Nganga Njungo e Filhos de Oyá. A agremiação mirim Império da Torre fechou as apresentações não competitivas. Infelizmente a chuva impediu uma maior participação das crianças nas escolas mirins.
Rivais da Primavera, Acadêmicos do Manoel Honório (grupo C); Águia de Ouro, Feliz Lembrança (grupo B); Unidos do Ladeira e Mocidade Alegre (grupo A), foram realmente as campeãs pelos desfiles que apresentaram. Voltaram a passarela na terça-feira e novamente deram um show. 
“Embora com protestos alheios, a Mocidade era só alegria... A Mocidade desfilou com todos os efeitos, foliões e popa do primeiro dia. A Mocidade... Alegre... Merecia.
E o carnaval de Juiz de Fora? Das cinzas renascia!”

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